Eis então o mistério de nosso amor - toda criatura tende ao seu criador... E se, de manhãzinha, de infinda Fonte, uma alma emanar, é já de tarde, sedenta e faminta para então retornar.
E Dele esquecido, rio abaixo ha-ve-rá de rolar, entre pedras ha-ve-rá lapidar. Santo Desgaste! Tamanha dor - quando não O procuro! Tamanha a dor - quando eu não O encontro! Mas quão maior alegria... quando por um só momento antevejo Sua glória!
Eis o mistério da fé: a criatura separa-se do criador... mas encontra inscrito no seu coração uma sede infinita por Ele... Quão grande é o drama e tragédia - pois perdida e ferida está, quando no mundo procura o que só Ele pode ofertar! Para todo lugar lança seu olhar, exceto para aquele que mais perto está... infinitamente próximo, no mais "interior intimo meo"!
Mas retorna pra casa... ó criatura ferida! Pobrezinha alma, que tanto se extraviou. Dança e retorna ao teu amplexo eternal - o glorioso e infindo seio maternal!
- Vitor R. Amaral -
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